terça-feira, 5 de julho de 2011

2 de julho - dia de andar descalço na Cinelândia - experimentá-la como nunca





1ª pensamento:

-  mas assim? de supetão? sem público formado? sem segurança – pessoal da produção pra tomar conta dos mantos, ou da gente?

-ASSIM se deu-



























Chegamos na Cinelândia 13h e pouco. A van da UniRio parou na Rio Branco, em frente ao Amarelinho e descarregamos os mantos diante do estranhamento de 3 marmanjos , rangando no alumínio...



Mantos amontoados sobre paralelepípedos, combinávamos a ação enquanto eu me semi-distraía com a reação dos passantes em sua análise daquele punhado de “lixo” estranha-mente aglomerado.     




Plano traçado.

Higienizar local. Posicionar mantos. Higienizar local? Com uma vassoura?


Gesto de grande plasticidade, nenhuma funcionalidade.


Meia dúzia de surpreendentemente simpáticas palavras trocadas com os moradores da praça ou das redondezas (“- O centro tá mesmo um lixo, super abandonado. Outro dia fui pescar na Baía de Guanabara e puxei um saco de lixo verde da Comlurb!”).


Fomos nos trocar nos fundos do Amarelinho. Misto de constrangimento e agitação.

“-É isto mesmo, vamos passar no meio dessa galera comendo aperitivos e tomando chopp?”

Ahãn.

“Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar.”


De fato. Não estava. Não estive. Espaço, tempo, tudo se fundindo em sensações amplas.

A brisa da poesia que era a praça quase vazia, os calcanhares batendo no chão. O tempo que não era tempo.

Inexistência de asco. Fusão.

Hora de deitar. A imagem do corpo sobre encardidas pedras portuguesas, ao lado de um colorido mosaico de embalagens.  O rosto levemente repousado na fuligem – desprendimento - , o ouvido atento ao não-dizer do chão.

A rede do manto e eu num arrastão: o céu, o Odeon em sua altura, uma árvore ossuda povoada por inesperados passarinhos e a graça dos comentários alheios. Pedaços de gentes.

Daí em diante, foi fluxo em convergências até o ápice do giro... Foi de um bom...


E o resto do dia se entornou, junto com o gato branco saltando do muro, em mil idéias em uma, num presente flutuante, atemporal, trajeto indireto para a volta.


Ilustre presença!



 "Ele é genial! Tá fazendo um produto do produto do produto!"
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[[[[ PARA VER COMO FOI, CLIQUE: http://vimeo.com/27178463 ]]]



 
{[(postado por Clarice)]}






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